Danilo Cabral deixa a SUDENE após período de tensão política

Superintendente anuncia desligamento após dois anos no cargo em meio a mobilização para sua permanência

O superintendente da SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), Danilo Cabral, anunciou oficialmente seu desligamento do cargo nesta segunda-feira (5), após dois anos e dois meses à frente da autarquia federal.

Em nota divulgada em suas redes sociais, Cabral agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro Waldez Góes pela confiança depositada durante sua gestão. “Foi uma honra servir ao Brasil, em especial ao povo nordestino, nesse período desafiador e transformador”, declarou.

Pressão política e mobilização

A saída de Cabral ocorre após dias de intensa pressão política, especialmente de lideranças do Ceará e Bahia, que articularam junto ao governo federal sua substituição no comando da SUDENE. O principal ponto de tensão foi o movimento iniciado por Cabral para destravar o canal de Suape da Transnordestina, projeto que gerou resistência em outros estados nordestinos.

Nos últimos dias, uma ampla mobilização se formou em defesa da permanência do superintendente. Deputados estaduais de Pernambuco, liderados pelo presidente da Assembleia Legislativa Álvaro Porto, divulgaram manifesto público defendendo Cabral. A senadora Teresa Leitão (PT) também se posicionou contrária à exoneração.

Apoio do setor produtivo

O movimento de apoio envolveu diversas entidades do setor produtivo pernambucano, incluindo cinco organizações empresariais que emitiram notas defendendo a manutenção de Cabral no cargo. O Consórcio dos Municípios do Agreste e Mata Sul de Pernambuco (COMAGSUL) também manifestou apoio irrestrito ao superintendente.

Até mesmo sindicatos petroleiros se posicionaram em defesa de Cabral, destacando projetos aprovados durante sua gestão que garantiram 1.272 empregos no estado.

Balanço da gestão

Em seu comunicado de despedida, Cabral destacou que “A Sudene voltou!”, fazendo referência ao fortalecimento institucional da autarquia durante sua administração. O superintendente deixa o cargo “com a convicção do dever cumprido”, segundo suas próprias palavras.

Natural de Pernambuco, Cabral prometeu continuar atuando em favor do desenvolvimento do Nordeste, especialmente de seu estado natal, “com o olhar firme na superação das desigualdades e na melhoria da qualidade de vida do nosso povo”.

Vários políticos pernambucanos tentaram um diálogo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, buscando articular a permanência de Cabral no cargo, mas as pressões políticas prevaleceram.

O desligamento põe fim a um período de dois anos marcado por tensões políticas regionais, mas também por reconhecimento do trabalho técnico desenvolvido pela atual gestão da SUDENE.

Reprodução: Redes sociais

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