Muitos temem a extinção da Expoagro, em Afogados da Ingazeira

Expoagro Afogados da Ingazeira


Passada a Expoagro, em Afogados da Ingazeira, ouvi algumas pessoas que aproveitaram o evento do começo ao fim.
Foram quatro dias de festa, com atrações conhecidas nacionalmente como Jorge Vercilo, Paula Fernandes, Pablo, Flávio José, dentre outros.

O que muita gente me relatou foi a questão da organização. No dia do evento, a estrutura não havia sido montada totalmente, como o piso. Para muitos não foi perceptível, mas, em edições anteriores, um dia antes já estava tudo pronto para receber o público.

Acontece que a Expoagro é o único evento de grande porte promovido pela prefeitura e todos que participam, sejam comerciantes, o público em geral e até mesmo as equipes de montagem, esperam que o evento cresça cada vez mais, mas, para isso, a gestão precisa sair do gabinete (ou de casa) e ouvir a população. A conversa é unânime por parte da população afogadense em não conseguir ter uma conversa frente a frente com o prefeito Sandrinho Palmeira.


ORGANIZAÇÃO


Por ser o único evento de grande porte do município, a prefeitura não tem dado a atenção que a Expoagro merece quanto ao planejamento. Desde o início da gestão Sandrinho, após a pandemia, a Expoagro não tem mais uma data específica, que geralmente iniciava no São Pedro e finalizava no máximo no dia 2, um dia após o aniversário da cidade. Pessoas ligadas intimamente ao governo me relataram que o planejamento dessa 19ª edição teve início faltando apenas 60 dias para o evento.


Outro fato que me deixou muito triste foi não haver um chamado nas redes oficiais da prefeitura para credenciamento da imprensa. Uma mensagem foi repassada numa lista de transmissão específica, que não chegou a mim, inclusive a emissoras de rádios que já haviam feito coberturas nas edições anteriores. Quem não conseguiu ter acesso a essa mensagem (no meu caso), ficou de fora.


O mais estranho é que havia pessoas no camarote da prefeitura, aproveitando da melhor forma e com muita fartura, com crachá de imprensa sem sequer possuírem portais de notícias ou prestarem serviços de comunicação para rádios e TVs.


ATRAÇÕES


Quanto às atrações, incluindo as da cidade, foram ótimas, porém houve alguns questionamentos a respeito de nomes como Jorge Vercilo. É um excelente nome da MPB, mas, para o evento, que desde o início enaltece ritmos como o sertanejo e o forró, ficou muito perdido na grade.


Ano passado, a prefeitura já havia contratado outro grande ícone da MPB, Oswaldo Montenegro, mas não foi aceito por boa parte do público presente. Em 2023, a banda Cordel do Fogo Encantado chegou a ser vaiada, sem contar o trabalho que integrantes da banda deram nos bastidores. Eu participei da cobertura em 2023 e vi de perto o quanto os integrantes da banda atrapalharam mais do que ajudaram a equipe que faz a festa acontecer.
Ouvindo algumas opiniões, fica difícil entender se a festa é feita para o povo ou para realizar gostos musicais do atual prefeito do município. Eis a questão.

CAMAROTES


Nesse ano, o camarote teve uma demanda menor. A estrutura dos camarotes foi a mesma dos anos anteriores, mas o número de camarotes não foi o mesmo. Quatro camarotes a menos não foram montados por questões da procura que vem diminuindo a cada ano, graças às atrações não convidativas como em edições anteriores.

EXPOSIÇÃO


A exposição também não teve tantos animais presentes como em edições anteriores, mas teve um ponto positivo: a volta da competição leiteira.


Expositores que participam desde a primeira edição me relataram que ao chegar no evento com os seus animais, tiveram um contratempo quanto às baias, pois haviam reservado e no momento não havia baias disponíveis. Após muita apelação, conseguiram resolver os problemas e participar da exposição.
Na única noite que estive presente, vi uma cena lamentável. O artista Paulo Matricó, que acabara de se apresentar no evento, foi falar com o seu amigo Alexandre Morais e foi barrado na entrada dos camarotes. O segurança não tem culpa por não conhecê-lo, mas o artista também não tinha pulseira ou crachá de identificação.


Em geral, a população teme que o evento seja extinto ou baixe o nível das atrações, dificultando o comércio e o turismo local que dependem da Expoagro.

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