Há três anos, o meu tio João Carlos Acioly paz fazia sua passagem aqui na terra.
Lembro-me como se fosse hoje, dia 15 de abril de 2022, num domingo de Páscoa. Estive com ele no dia 11. Passei a noite conversando, pois a dor que ele sentia devido às sequelas do câncer no pâncreas, não o deixava dormir. Ali nos despedíamos sem saber.
Creio que nós, da família, tivemos a dor compartilhada com muitos dos seus amigos de longas datas, que se fazem presentes até hoje e não apenas em momentos oportunos.
Aprendi com tio João ser forte na fé, algo que não é fácil repassar, muito menos entender o poder de Deus. Também aprendi ser maleável em muitos momentos, embora seja difícil a depender das circunstâncias.


Percorrer os corredores da antiga FAFOPAI (hoje FASP), instituição na qual ele foi diretor-presidente, sempre me vem a sua lembrança e muitas dúvidas. Será que os problemas da faculdade tio João iria resolver? Será que a instituição teria o prédio próprio? Fica difícil saber, mas diante da sua articulação na igreja e na política, creio que não seria difícil de obter uma boa resposta.
Ao chegar nos municípios de Iguaracy, Flores, Tuparetama, lugares onde ele esteve presente como pároco e ser bem recebido pelas pessoas de braços abertos, mostra o quanto ele foi querido e respeitado.
Ter passado pela Rádio Pajeú por dois anos, fez com que eu também entendesse o que ele me falava sobre a emissora. O quanto ele lutou para que a Pajeú tivesse o prestígio que tem e as bases que ainda hoje fazem encontra-se mantém a rádio de pé.
Só sei que na fase em que eu começa a galgar meus próprios passos, tio João se foi. Dividimos momentos mais felizes do que tristes, embora essa doença miserável tenha tentado apagar as boas memórias.
A Diocese de Afogados da Ingazeira perdeu um grande vigário e a igreja um grande sacerdote. Tenho certeza que de onde ele estiver, ainda cuida de todos aqueles que estiveram ao seu lado nos momentos mais difíceis da sua vida.