Lando Norris faz prova segura e conquista seu primeiro título na F1

Britânico encerra hegemonia de Verstappen e se torna o 35º campeão da história

Lando Norris conquistou seu primeiro campeonato mundial de Fórmula 1 neste domingo, em uma dramática final no Grande Prêmio de Abu Dhabi. O piloto britânico da McLaren, aos 26 anos, cruzou a linha de chegada em terceiro lugar, resultado suficiente para ser coroado campeão, encerrando a sequência de quatro títulos consecutivos de Max Verstappen.

A prova em Yas Marina foi tensa do início ao fim. Verstappen largou da pole position, enquanto Norris, líder do campeonato, começou em segundo. Logo na primeira volta, numa manobra ousada, Oscar Piastri superou Norris e o relegou ao terceiro lugar, posição que o britânico manteve até o final.

A temporada 2025: um ano de domínio da McLaren

A temporada 2025 da Fórmula 1 foi a 76ª edição do campeonato mundial e apresentou mudanças significativas no calendário. A Austrália sediou a primeira corrida da temporada pela primeira vez desde 2019, com os GPs do Bahrain e da Arábia Saudita sendo adiados para abril devido ao Ramadã. O campeonato contou com 24 corridas e seis provas sprint.

O domínio da McLaren foi o maior argumento para a conquista de Norris. A equipe de Woking apresentou o carro mais competitivo da temporada e já havia garantido o título de construtores no GP de Singapura, conquistando seu décimo campeonato de equipes e o segundo consecutivo. Entre Norris e Piastri, a McLaren reuniu 833 pontos, uma margem considerável sobre os rivais.

Uma conquista construída com paciência

Norris desembarcou na F1 em 2019 e conquistou seu primeiro pódio em 2020, mas só venceu pela primeira vez em 2024. Sua trajetória foi marcada pela fidelidade à McLaren e pela espera por um carro competitivo.

Em 2025, o britânico começou bem, vencendo a primeira etapa na Austrália. Porém, enfrentou um período irregular no meio da temporada, enquanto seu companheiro Piastri acumulava vitórias e liderava o campeonato. Foi no GP da Itália que as coisas começaram a mudar, e no GP do México, Norris assumiu a liderança da temporada pela primeira vez.

A partir dali, a pressão aumentou. No GP do Catar, na semana passada, um erro da McLaren permitiu uma vitória de Verstappen, levando a disputa para a última corrida com o holandês a apenas 12 pontos de distância.

Final dramático em Abu Dhabi

Norris entrou na corrida com a possibilidade de terminar em terceiro e conquistar o título, independentemente do resultado de seus rivais. E foi exatamente essa a estratégia da McLaren. Quando Piastri liderava a corrida e precisou fazer sua parada obrigatória na volta 40, a equipe parou Norris pela segunda vez e manteve Piastri na pista.

A decisão foi crucial. Norris precisava cobrir a estratégia de duas paradas de Charles Leclerc, da Ferrari, que também lutava pelo título. O britânico optou por não correr riscos e garantir a terceira posição, enquanto Verstappen venceu a corrida e Piastri ficou em segundo.

A classificação final mostrou o quanto a disputa foi acirrada: Norris terminou com 423 pontos, Verstappen com 421 e Piastri com 410. Uma diferença de apenas dois pontos separou o campeão do vice-campeão.

Verstappen: o campeão moral

Verstappen foi considerado o campeão moral de 2025, pois com um Red Bull em clara inferioridade, conquistou mais vitórias (8) e poles (8) que Norris (7 e 7) ou Piastri (7 e 6). O holandês protagonizou uma recuperação impressionante durante a temporada, mas não foi suficiente para conquistar seu quinto título consecutivo.

Um momento histórico para a McLaren

Com a conquista de Norris, a McLaren volta ao topo após 17 anos. O último título de pilotos da equipe havia sido com Lewis Hamilton em 2008. Norris se torna o 35º campeão da história da Fórmula 1 e o 11º piloto britânico a conquistar o título, juntando-se a nomes como Lewis Hamilton, Jackie Stewart, Jim Clark e Nigel Mansell.

Para Norris, a conquista representa a realização de um sonho construído ao longo de sete temporadas na categoria máxima do automobilismo mundial. Sua combinação de velocidade, consistência e maturidade sob pressão finalmente o colocou no patamar dos grandes campeões da Fórmula 1.


Gabriel Bortoleto: o brasileiro que voltou ao grid

A temporada 2025 também marcou o retorno do Brasil à Fórmula 1 como força titular. Gabriel Bortoleto, de 20 anos, foi contratado pela Sauber para competir ao lado de Nico Hülkenberg, marcando a primeira vez que um brasileiro era piloto titular desde 2017, quando Felipe Massa se aposentou.

A chegada à F1

Bortoleto chegou à categoria máxima com credenciais impressionantes. Ele se tornou o sétimo piloto na história a vencer o campeonato de F2 em sua temporada de estreia, após ter conquistado o título da F3 também como rookie em 2023. Gerenciado pela empresa de Fernando Alonso e apoiado pelo programa de desenvolvimento da McLaren, o brasileiro foi liberado para assumir o assento na Sauber.

Uma temporada de aprendizado

Bortoleto encerrou a temporada com 19 pontos em 20 corridas, competindo com um dos carros menos competitivos do grid. Em comparação com seu experiente companheiro Nico Hülkenberg, que somou 41 pontos, a diferença foi de apenas 22 pontos.

O piloto apontou o GP da Hungria como seu melhor momento na temporada de estreia. Em Budapeste, chegou ao Q3 na classificação e terminou em sexto lugar, demonstrando ritmo puro e boa gestão de pneus. Ele também conquistou pontos na Áustria e teve boas atuações em Monza e Spa.

Desafios e superação

A Sauber começou 2025 com grandes dificuldades. O brasileiro chegou a descrever o carro como “indrigiível” no GP do Bahrain. No entanto, atualizações introduzidas no GP da Espanha transformaram a Sauber em uma competidora de meio de grid, permitindo que Bortoleto mostrasse seu potencial.

O GP de São Paulo, correndo em casa, foi especialmente frustrante. Bortoleto sofreu um forte acidente na corrida sprint e não conseguiu participar da classificação, classificando o dia como “o pior da minha vida”.

Já em Abu Dhabi, na última corrida da temporada, Bortoleto conquistou o sétimo lugar na classificação, encerrando o ano com uma performance sólida que demonstrou sua evolução ao longo da temporada.

De olho no futuro com a Audi

Bortoleto encara 2025 como uma temporada de aprendizado fundamental antes do grande desafio em 2026, quando a Sauber se tornará oficialmente a equipe de fábrica da Audi. O brasileiro demonstrou confiança com a transição, considerando a experiência de “pular” de categoria nos últimos anos.

Apesar dos números modestos em comparação com outros novatos, Bortoleto figura entre os candidatos ao prêmio de “Rookie do Ano” da revista Autosport, ao lado de Kimi Antonelli, Isack Hadjar e Ollie Bearman.

Para 2026, com novos regulamentos técnicos e a entrada da Audi, Bortoleto terá a oportunidade de começar em pé de igualdade com todo o grid, representando uma chance única de mostrar todo seu potencial na Fórmula 1.

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