Há dez meses, o Pajeú dava o último adeus a José Patriota

No dia 17 de setembro de 2024, Pernambuco se despedia de um dos maiores articuladores políticos que o estado já teve: José Coimbra Patriota Filho.

Nascido na zona rural de Tabira, José Patriota veio para Afogados da Ingazeira ainda na adolescência. Aprendeu cedo a lidar com as dificuldades da vida.

O jovem, que era da confiança de Dom Francisco, começou cedo a participar dos movimentos sindicais, lutando por aqueles que mais precisavam, especialmente o homem do campo. Chegou a ser detido durante a ditadura militar por ter pixado, em uma parede no centro de Afogados da Ingazeira, a frase: “Queremos comida. Temos fome”.

Foto: José Patriota discursando na frente de emergência

Aos 21 anos, foi eleito vereador por Afogados, sendo, até então, o mais jovem da história do município. Patriota tinha como referências de vida política e justiça, líderes como Dom Francisco, Dom Helder Câmara, Miguel Arraes e Eduardo Campos.

José Patriota ajudou agricultores, indígenas, quilombolas e outras minorias a abrirem inúmeras portas por meio de sua liderança, seja nos sindicatos, no Palácio do Campo das Princesas ou até mesmo no Palácio da Alvorada.

Em alguns momentos de sua trajetória, especialmente no final da vida, Patriota foi vítima de traições por parte de pessoas que o cercaram em busca de interesses próprios. Com ele, aprendi que traição e política, infelizmente, muitas vezes formam uma mistura homogênea.

Quem sente a falta de José Patriota hoje não é apenas sua esposa Madalena, seu filho Neto Patriota e as filhas Juliana, Marília e Patriane. O Pajeú inteiro sente sua ausência, assim como todos aqueles que, independentemente de partido político, sabiam que, com uma ligação ou reunião, receberiam um conselho, uma palavra de conforto ou uma resposta concreta.

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