Pesquisa mostra 6,1 milhões de desocupados, menor número já registrado; emprego formal no setor privado atinge 39,1 milhões de trabalhadores
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (30) os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) referentes ao trimestre encerrado em agosto de 2025. A taxa de desocupação no Brasil permaneceu em 5,6%, repetindo o menor nível da série histórica iniciada em 2012, indicando estabilidade no mercado de trabalho brasileiro.
Menor número de desocupados da história
No total, 6,1 milhões de pessoas estavam desocupadas, o menor contingente já apurado pela pesquisa. Os números revelam uma recuperação consistente do mercado de trabalho. A redução de 9% em relação ao trimestre até maio representa 605 mil pessoas a menos em busca de emprego. Na comparação anual, a queda foi de 14,6%, equivalente a 1 milhão de desocupados a menos.
Ocupação atinge novo recorde
A população ocupada alcançou 102,4 milhões de indivíduos, novo recorde na série. O crescimento foi impulsionado principalmente pelo setor privado, com destaque para:
- Empregados no setor privado: 52,6 milhões, recorde histórico
- Empregados com carteira assinada no privado: 39,1 milhões, alta de 3,3% no ano
- População na força de trabalho: 108,5 milhões, com nível de ocupação em 58,8%
Emprego formal em alta
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado chegou a 39,1 milhões, marcando estabilidade no trimestre e crescimento de 1,2 milhão em relação a 2024. O avanço foi observado especialmente em áreas como indústria e serviços.
Contratações temporárias no setor público também contribuíram para o cenário positivo. Empregados sem carteira em órgãos públicos aumentaram 5,5% ante o trimestre anterior, movimento associado ao período de matrículas escolares.
Disparidades regionais persistem
Apesar dos números nacionais positivos, as taxas de desocupação variam consideravelmente entre as regiões:
- Sul: Santa Catarina e Rio Grande do Sul apresentaram 3,2%, as menores taxas do período
- Sudeste: 4,8%, impulsionado por São Paulo e Minas Gerais
- Centro-Oeste: 4,1%, estável em relação a julho
- Norte: 6,5%, com Rondônia registrando 2,3%, o menor índice estadual
- Nordeste: 8,2%, ainda acima da média nacional apesar de quedas em Pernambuco e Bahia
Dados por gênero indicam 4,8% para homens e 6,9% para mulheres. Por cor ou raça, brancos tiveram 5,0%, enquanto pretos e pardos registraram 7,5% e 6,8%, respectivamente.
Setores que mais contrataram
Diversos setores contribuíram para a recuperação do emprego:
- Indústria de transformação adicionou 2,2% de ocupados no ano, totalizando 12,5 milhões
- Serviços domésticos cresceram 1,8%, para 6,8 milhões de trabalhadores
- Comércio varejista manteve estabilidade, com 18,2 milhões de postos
- Construção civil registrou leve alta de 0,9%, somando 7,1 milhões
Informalidade em queda
A taxa de informalidade caiu para 37,8% da população ocupada, a segunda menor da série, representando 38,7 milhões de trabalhadores. Empregados sem carteira no setor privado somaram 13,5 milhões, estável no trimestre e com queda de 3,3% no ano.
O desalento, que representa pessoas que desistiram de procurar emprego, também apresentou redução. Esse indicador afetou 2,4% da população em idade ativa, ou 2,3 milhões de pessoas, com queda de 8,8% no trimestre.
Rendimento atinge patamar recorde
O rendimento médio real habitual subiu para R$ 3.484 por mês, recorde na série histórica. O crescimento salarial foi observado em todos os grandes grupos de atividade econômica.
A massa de rendimento real habitual alcançou R$ 352,3 bilhões, o maior valor apurado, refletindo tanto o aumento da ocupação quanto a valorização dos salários.
Por região, o Sudeste liderou com rendimento médio de R$ 3.650 mensais, seguido pelo Sul com R$ 3.520. O Nordeste registrou o menor valor, R$ 2.850, mas com crescimento de 4,2% no ano.
Perspectivas
Os dados reforçam a tendência de fortalecimento do mercado de trabalho brasileiro, com expansão do emprego formal e aumento da renda. O IBGE destaca que fatores sazonais, como contratações temporárias no comércio e na educação, influenciaram os resultados e devem continuar moldando o mercado nos próximos trimestres.



