Líder evangélico é incluído em inquérito que também investiga Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro por obstrução de Justiça
O pastor Silas Malafaia, uma das principais lideranças evangélicas do Brasil, passou a ser investigado pela Polícia Federal (PF) no mesmo inquérito que apura as condutas do ex-presidente Jair Bolsonaro, do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do comentarista Paulo Figueiredo.
Abordagem no aeroporto
O pastor foi abordado por agentes federais ao desembarcar de um voo proveniente de Lisboa. Ele foi conduzido para as dependências do aeroporto, onde presta depoimento à PF.
O inquérito
A investigação, aberta em maio de 2025, apura ações contra autoridades, contra o Supremo Tribunal Federal (STF), contra agentes públicos e a busca por sanções internacionais contra o Brasil. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, essas ações buscariam atrapalhar o andamento do processo no qual Jair Bolsonaro é réu por suposta tentativa de golpe de Estado.
Os crimes investigados
Os alegados crimes investigados são: coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de interferência nas investigações relacionadas à suposta trama golpista.
Medidas cautelares
Além da apreensão de aparelhos, Malafaia foi alvo de medidas cautelares diversas da prisão, entre elas:
- proibição de deixar o país;
- proibição de manter contato com outros investigados.
Conexão com o ato de apoio a Bolsonaro
Silas Malafaia foi o organizador do ato de apoio a Jair Bolsonaro no dia 3 de agosto — evento em que Bolsonaro apareceu em um vídeo transmitido por redes sociais de terceiros e que resultou na prisão domiciliar dele no dia 4 de agosto.
Reação de Malafaia
Em áudio enviado à imprensa, Malafaia afirmou desconhecer estar sob investigação. O pastor tem usado suas redes sociais para criticar as ações do STF e defender o ex-presidente Bolsonaro.
Em 4 de agosto, ele foi colocado em prisão domiciliar por decisão do STF. Nesta quinta-feira (14), publicou novo vídeo criticando Alexandre de Moraes, defendendo seu impeachment, julgamento e eventual prisão.
O contexto
A inclusão de Malafaia na investigação representa mais um desdobramento das apurações sobre os eventos que culminaram nos ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 e as tentativas de questionar a legitimidade das eleições de 2022.
A decisão foi tomada no âmbito das investigações conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal sobre tentativas de obstrução de Justiça relacionadas à investigação da trama golpista.
Próximos passos
As investigações seguem em andamento sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. A PF deve aprofundar as apurações sobre o papel de cada investigado nas supostas tentativas de obstrução dos processos relacionados à investigação do golpe.
