Declarações de Valdemar Costa Neto geram nova polêmica no momento em que governador de SP busca apoio no Congresso
A declaração do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, de que “houve um planejamento de golpe” no Brasil criou uma situação delicada para o partido no momento em que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), intensifica suas articulações em Brasília pela aprovação do projeto de anistia.
A admissão polêmica
Durante um evento no Rocas Festival, em Itu, no sábado (13), Costa Neto fez a declaração que repercutiu amplamente na política nacional. Ainda segundo o cacique do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o “grande problema” está nos atos do 8 de Janeiro de 2023, eventos que ele classificou como “bagunça”.
Apesar de admitir o planejamento, o presidente do PL negou que tenha havido crime no movimento. Em suas palavras, embora tenha havido preparação para um golpe de Estado, a tentativa não se concretizou.
Tarcísio retorna à capital para lobby
Paralelamente às declarações de Costa Neto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), retornará a Brasília nesta segunda-feira para fazer novas articulações políticas pela votação do projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo integrantes da cúpula do PL, é esperada uma reedição da campanha feita por Tarcísio em Brasília na semana passada, quando ele encontrou lideranças políticas em busca de apoio à anistia. O projeto havia sido considerado “morto”, mas voltou à discussão no Congresso após o governador de São Paulo angariar mais promessas de voto ao texto.
Condenação de Bolsonaro pressiona pela anistia
As articulações de Tarcísio ganham nova urgência após Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. A condenação reforça a pressão da base bolsonarista pela aprovação de uma anistia que possa beneficiar o ex-presidente.
A ala mais radical do PL avalia que há espaço para uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, que não somente livre Bolsonaro de cumprir pena pela tentativa de golpe julgada pelo STF, mas também beneficie outros envolvidos nos episódios.
Posicionamento do PT e oposição
A movimentação pela anistia enfrenta forte resistência da base governista. Petistas rechaçam PL da Anistia e acusam Tarcísio de incitar golpe contra a democracia. O líder do PT na Casa, deputado Lindbergh, tem sido um dos mais críticos ao projeto.
O dilema estratégico do PL
As declarações de Costa Neto colocam o PL em uma posição contraditória: ao mesmo tempo em que o partido busca uma anistia que possa beneficiar seus líderes, seu presidente admite publicamente que houve planejamento golpista, o que pode ser usado pelos opositores da anistia como argumento contra sua aprovação.
“O Supremo decidiu, nós temos que respeitar”, declarou Valdemar, tentando equilibrar o discurso entre a aceitação formal da decisão judicial e a manutenção do apoio à base bolsonarista.
Perspectivas futuras
Apesar das dificuldades, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que a anistia deve ser aprovada no Congresso Nacional após o fim do julgamento. “Nós temos maioria. Vamos aprovar depois do julgamento”.
O sucesso da estratégia de Tarcísio em Brasília será crucial para determinar se o otimismo de Costa Neto se confirmará ou se as suas próprias declarações sobre o planejamento golpista acabarão por prejudicar as chances de aprovação da anistia no Congresso Nacional.



