Quando o povo não se cala, o político pensa duas vezes

Ulysses Guimarães dizia que “a única voz que mete medo em político é o povo na rua”. Trazendo para o contexto atual, onde a internet enaltece e julga, políticos adotam as melhores maneiras de engajar com os seus eleitores e, consequentemente, adquirir mais votos.

Da mesma forma que o político pode cair na graça do povo, suas atitudes e decisões também podem mudar a sua reputação. Nesta semana, a PEC da Blindagem foi aprovada na Câmara por 344 votos favoráveis contra 133. Parte desses votos veio de partidos como o PSB, tido na prática como centro-esquerda por adotar algumas pautas que buscam defender os menos favorecidos.

A teoria tem sido diferente da prática no que se refere ao PSB. Militantes de partidos de esquerda ficaram revoltados com os votos dos deputados socialistas que foram favoráveis à PEC da blindagem, alegando que seria um acordo de reprovar a PEC da anistia em troca de aprovar a da blindagem.

Após a votação, apoiadores do Partido dos Trabalhadores aproveitaram para “passar na cara” dos apoiadores do PSB e relembraram posicionamentos duvidosos do partido socialista, como: ser favorável ao impeachment de Dilma e, antes disso, apoiar Aécio Neves no segundo turno das eleições de 2014.

Nos atos contra a PEC da blindagem que aconteceram em todo o Brasil neste domingo (21), especificamente na cidade do Recife, o presidente nacional do PSB, João Campos, falou ao blog Cenário que é contra as PECs da blindagem e da anistia, logo após o voto do seu irmão e deputado federal, Pedro Campos, que votou a favor e repercutiu mal na internet. João também informou que não induziu os deputados do PSB a serem favoráveis à PEC da blindagem. Disse que foi uma decisão que coube a eles tomar da melhor forma.

O que intriga os eleitores é que o deputado federal Lucas Ramos, também do PSB, informou ao blog Corujão do Pepeu que, se a PEC fosse pautada, ele votaria contra, mas votou a favor e alegou que a decisão foi devido à sua fidelidade ao partido.

Diante de todo esse imbróglio, será que os posicionamentos pós-votação e pedidos de desculpas seriam feitos caso o povo tivesse se calado e não fosse às ruas? Eis a questão.

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