PEC da Blindagem: Como Votaram os Deputados Federais de Pernambuco

Aprovação por Larga Margem na Câmara

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (16 de setembro de 2025) a controversa PEC da Blindagem, que altera a Constituição Federal para dificultar a abertura de processos criminais contra parlamentares. A proposta foi aprovada em dois turnos: no primeiro, com 353 votos favoráveis, 134 contrários e uma abstenção; no segundo turno, por 344 votos a 133. Agora, o texto segue para análise do Senado Federal.

O que Prevê a PEC

A PEC da Blindagem retoma, com ajustes, uma regra que vigorou de 1988 a 2001, quando o Congresso Nacional tinha de autorizar previamente a abertura de ações contra deputados e senadores. O texto aprovado exige aval do Legislativo apenas para a abertura de ações penais no Supremo Tribunal Federal.

A proposta também prevê restrições à prisão em flagrante de parlamentares e estabelece que o Legislativo teria o período máximo de 90 dias para analisar pedidos de prisões e a abertura de processos criminais.

Votação dos Deputados Pernambucanos

Primeiro turno

A favor:

  • André Ferreira (PL-PE)
  • Augusto Coutinho (Republicanos-PE)
  • Clarissa Tércio (PP-PE)
  • Coronel Meira (PL-PE)
  • Eduardo da Fonte (PP-PE)
  • Eriberto Medeiros (PSB-PE)
  • Felipe Carreras (PSB-PE)
  • Fernando Coelho (União-PE)
  • Fernando Monteiro (Republicanos-PE)
  • Fernando Rodolfo (PL-PE)
  • Guilherme Uchoa (PSB-PE)
  • Lucas Ramos (PSB-PE)
  • Luciano Bivar (União-PE)
  • Lula da Fonte (PP-PE)
  • Mendonça Filho (União-PE)
  • Ossesio Silva (Republicanos-PE)
  • Pedro Campos (PSB-PE)
  • Waldemar Oliveira (Avante-PE)

Contra:

  • Carlos Veras (PT-PE)
  • Clodoaldo Magalhães (PV-PE)
  • Maria Arraes (Solidariedade-PE)
  • Renildo Calheiros (PCdoB-PE)
  • Túlio Gadêlha (Rede-PE)

Abstenções:

  • Iza Arruda (MDB-PE)
  • Pastor Eurico (PL-PE)

Segundo turno

A favor:

  • André Ferreira (PL-PE)
  • Augusto Coutinho (Republicanos-PE)
  • Clarissa Tércio (PP-PE)
  • Coronel Meira (PL-PE)
  • Eduardo da Fonte (PP-PE)
  • Eriberto Medeiros (PSB-PE)
  • Felipe Carreras (PSB-PE)
  • Fernando Coelho (União-PE)
  • Fernando Monteiro (Republicanos-PE)
  • Fernando Rodolfo (PL-PE)
  • Guilherme Uchoa (PSB-PE)
  • Lucas Ramos (PSB-PE)
  • Luciano Bivar (União-PE)
  • Lula da Fonte (PP-PE)
  • Mendonça Filho (União-PE)
  • Ossesio Silva (Republicanos-PE)
  • Pastor Eurico (PL-PE)
  • Pedro Campos (PSB-PE)
  • Waldemar Oliveira (Avante-PE)

Contra:

  • Carlos Veras (PT-PE)
  • Clodoaldo Magalhães (PV-PE)
  • Maria Arraes (Solidariedade-PE)
  • Renildo Calheiros (PCdoB-PE)
  • Túlio Gadêlha (Rede-PE)

Abstenções:

  • Iza Arruda (MDB-PE)

Divisão Partidária

  • PT: Nacionalmente, a bancada petista orientou voto contrário, mas 12 deputados da sigla votaram favoravelmente à PEC
  • PL: Todos os 83 deputados presentes do Partido Liberal votaram pela aprovação da PEC
  • PSB, PSD e PDT: Registraram apoio à PEC entre alguns deputados da base governista

A Surpresa de Lucas Ramos

Uma das principais surpresas da votação foi o posicionamento do deputado Lucas Ramos. Em entrevista recente ao “Corujão do Pepeu”, realizada no mês passado, o parlamentar havia declarado publicamente ser contrário à PEC da Blindagem. No entanto, na hora da votação, Lucas Ramos surpreendeu ao votar favoravelmente à proposta.

Esta mudança de posição gerou questionamentos sobre os critérios que levaram o deputado a alterar seu posicionamento público em relação à matéria, considerando que suas declarações anteriores indicavam oposição ao texto.

Polêmica e Próximos Passos

A aprovação da PEC gerou intenso debate político. Críticos argumentam que a medida pode criar mecanismos de impunidade para parlamentares, enquanto defensores sustentam que se trata de fortalecimento das prerrogativas parlamentares previstas constitucionalmente.

No Senado, o texto precisará de pelo menos 49 votos favoráveis entre os 81 senadores para ser aprovado em dois turnos de votação. A expectativa é que o debate seja igualmente intenso na Casa Alta do Congresso.

Contexto Histórico

Vale lembrar que regra similar já existiu na Constituição brasileira entre 1988 e 2001, quando foi revogada pela Emenda Constitucional nº 35. À época, a mudança foi justificada pela necessidade de agilizar processos contra parlamentares e evitar que questões políticas interferissem na aplicação da Justiça.

A atual proposta reacende esse debate, especialmente em um momento de tensão entre os Poderes Legislativo e Judiciário, com parlamentares criticando o que consideram excessos por parte do Supremo Tribunal Federal.

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