Desfile na Praça da Paz Celestial marca demonstração de força chinesa em meio às tensões geopolíticas globais
A China realizou nesta terça-feira (2) um imponente desfile militar na icônica Praça da Paz Celestial, em Pequim, que reuniu alguns dos principais líderes mundiais em uma demonstração clara do crescente poderio bélico chinês. O evento, comandado pelo presidente Xi Jinping, acontece em um momento de acirramento das disputas geopolíticas, especialmente com os Estados Unidos.
Encontro histórico entre potências
O momento mais simbólico do desfile foi a presença conjunta de Xi Jinping ao lado do presidente russo Vladimir Putin e do líder norte-coreano Kim Jong-un. Esta foi a primeira vez que os três dirigentes apareceram juntos em público, sinalizando um possível fortalecimento da aliança entre as três nações que frequentemente se posicionam como contraponto à hegemonia ocidental.
A caminhada dos três líderes pela Praça da Paz Celestial não passou despercebida pelos analistas internacionais, que interpretaram o gesto como uma mensagem clara de unidade entre os países que, cada um à sua maneira, mantêm relações tensas com o Ocidente.
Representação brasileira de alto nível
O Brasil marcou presença significativa no evento através de duas importantes figuras. O assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, representou oficialmente o governo brasileiro, demonstrando a importância que o país atribui às relações com a China.
Chamou atenção também a presença da ex-presidente Dilma Rousseff, figura histórica da política brasileira e atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS. Sua participação reforça os laços históricos entre Brasil e China, especialmente no âmbito das relações Sul-Sul.
Diversidade geográfica impressiona
O desfile atraiu uma impressionante diversidade de líderes mundiais, representando diferentes continentes e sistemas políticos. Da Ásia, estiveram presentes o presidente iraniano Masoud Pezeshkian e o primeiro-ministro paquistanês Shehbaz Sharif, além de representantes de várias nações centro-asiáticas como Cazaquistão, Uzbequistão, Tajiquistão e Quirguistão.
Uma presença que causou surpresa foi a do presidente indonésio Prabowo Subianto, que havia inicialmente declinado do convite devido aos protestos que assolavam seu país. Sua decisão de comparecer mesmo assim demonstra a importância atribuída ao evento.
Presença europeia seletiva
Da Europa, participaram líderes de países que tradicionalmente mantêm relações mais próximas com Moscou ou Pequim, como o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, o presidente sérvio Aleksandar Vucic e o líder bielorrusso Aleksandr Lukashenko. A ausência de representantes das principais potências europeias ocidentais foi notória.
Alcance global do evento
O desfile também contou com a participação de líderes de outras regiões, incluindo o presidente cubano Miguel Díaz-Canel, demonstrando o alcance global da influência chinesa e sua capacidade de atrair dirigentes de diferentes continentes para seus eventos de Estado.
Contexto geopolítico
Este desfile militar ocorre em um momento particularmente sensível das relações internacionais, com as tensões entre China e Estados Unidos em alta, a guerra na Ucrânia ainda em curso e crescentes preocupações sobre a estabilidade na região do Indo-Pacífico. A exibição do arsenal chinês serve tanto como demonstração de força quanto como mensagem diplomática aos aliados e adversários.
O evento reforça a posição da China como uma das principais potências militares mundiais e sua crescente influência geopolítica, especialmente entre países do Sul Global e nações que buscam alternativas à ordem internacional liderada pelo Ocidente.



