Do Diário de Pernambuco
Quarenta e nove médicos obstetras do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) oficializaram, nesta quinta-feira (18), a entrega coletiva de cartas de demissão após meses de tentativas frustradas de negociação, segundo o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe).
Segundo o Simepe, esse número representa um total de 75,3% dos obstetras do quadro médico do Imip. Caso a saída seja efetivada, o instituto contará com apenas 16 obstetras, já que, atualmente, o hospital tem um total de 65 obstetras, sendo 62 ativos e 3 afastados.
Os profissionais cumprirão o prazo legal de 30 dias de aviso prévio. O Simepe reafirmou apoio à categoria e afirmou estar aberto a negociações.
A categoria já havia sinalizado a insatisfação em julho, quando assinou uma carta de intenção de desligamento, apontando problemas como sobrecarga de trabalho, baixa remuneração, falta de valorização profissional e dificuldades estruturais. Mesmo após reuniões, não houve avanço nas reivindicações por reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
A equipe de reportagem do Diario de Pernambuco, entrou em contato com o Imip, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.
O Imip enfrenta, desde 2024, uma crise envolvendo médicos obstetras. Em novembro do ano passado, o Simepe iniciou uma série de assembleias extraordinárias com a categoria, além de reuniões com a gestão da unidade, para tratar da sobrecarga de trabalho, das dificuldades estruturais, da baixa remuneração e da necessidade de redimensionamento das equipes. Sem avanços nas negociações, 48 profissionais entregaram cartas de intenção de pedido de demissão, alegando falta de valorização e condições adequadas de trabalho.
A situação também chamou atenção de outros órgãos. Em julho deste ano, uma fiscalização realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) apontou superlotação e déficit de profissionais em setores como triagem obstétrica, pré-parto e enfermaria. Foram identificados espaços com número de pacientes bem acima da capacidade de leitos, além de relatos de demora no atendimento.



