Decisão atinge também familiares dos magistrados e ocorre no mesmo dia de medidas cautelares contra Bolsonaro
O Departamento de Estado dos Estados Unidos revogou os vistos de entrada no país de sete ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) considerados aliados de Alexandre de Moraes, além do próprio ministro e do Procurador-Geral da República, Paulo Gonet. A medida também se estende aos familiares dos magistrados, incluindo cônjuges e filhos.
Entre os ministros atingidos pela decisão estão Luís Roberto Barroso, atual presidente do STF, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Cristiano Zanin, Dias Toffoli e Flávio Dino. Todos são identificados como próximos a Moraes nas decisões de enfrentamento ao movimento bolsonarista.
Coincidência temporal gera tensão
A revogação dos vistos ocorreu na mesma data em que o Supremo Tribunal Federal determinou medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. As medidas incluem o uso de tornozeleira eletrônica, entrega do passaporte e recolhimento domiciliar no período noturno.
A coincidência temporal entre as duas decisões gerou forte repercussão nos bastidores políticos e diplomáticos, levantando questionamentos sobre uma possível coordenação entre as ações ou se tratar-se-ia de mera casualidade.
Impacto nas relações diplomáticas
A decisão do Departamento de Estado americano representa um movimento inédito nas relações entre os dois países e pode sinalizar uma mudança significativa na postura dos Estados Unidos em relação ao Poder Judiciário brasileiro.
Os ministros atingidos pela medida não poderão mais ingressar em território americano, o que pode impactar eventuais participações em eventos internacionais, conferências jurídicas e outras atividades diplomáticas que envolvam viagens aos Estados Unidos.
A extensão da revogação aos familiares dos magistrados amplifica o alcance da medida e demonstra a abrangência da decisão tomada pelas autoridades americanas.